quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A EMPATIA PELA LEITURA

Conheça o que Lídia Rosenberg Aratangy pensa sobre a leitura e o que acontece conosco quando lemos.

Empatia, a chave da ternura

            Muitas pesquisas indicam que o hábito de leitura está cada vez menos disseminado entre os jovens. Em geral, quando se discute essa questão, o que está em foco é o prejuízo que isso representa para a bagagem cultural. Mas esse não é o aspecto mais importante da falta do hábito de ler. A principal conseqüência da falta de leitura é uma falha do desenvolvimento emocional.
            A leitura de ficção (e não me refiro exclusivamente às obras dos grandes mestres) é a forma mais eficiente de viver emoções que não fazem parte de nosso enredo. É pela leitura que se desenvolve a capacidade de empatia, processo pelo qual é possível identificar-se com o outro e entender o que ele sente. Alguém que tenha lido Os Miseráveis, em sua versão original e completa, dificilmente vai atear fogo num mendigo de rua, seja índio, seja negro, seja mouro. Pois quem mergulhou verdadeiramente no livro de Victor Hugo transformou-se ele próprio num mendigo ao longo daquelas páginas e, ao se aproximar de um maltrapilho exposto ao relento, sentirá frio e fome com ele.
            O cinema (e mesmo a televisão) também pode produzir esse efeito, mas menos do que o livro: a diferença é que os personagens do cinema e da novela de TV têm feições próprias, emprestadas pelos atores que o diretor escolheu, enquanto os personagens do livro não têm cara, de modo que o leitor pode lhes emprestar seu rosto, o de seus pais e do seu vizinho. Esse processo favorece o desenvolvimento da identificação e da empatia.

Pensando nisso, o que você está lendo atualmente? Qual o livro que te acompanha no momento? Que livro está sobre a cabeceira da sua cama? Você já se apaixonou por algum livro? Qual?
Pense! Reflita! 

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